Nesta quarta-feira (3), o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu por aumentar a Selic, que passou de 13,25% para 13,75% ao ano.
Conforme o Bacen, devido ao impacto dos acontecimentos de dentro e fora do país nos últimos anos, a elevação da taxa básica de juros da economia se fez necessária.
Nesse sentido, a seguir explicaremos a importância dessa taxa, como ela funciona, e o que muda no mercado com seu aumento.
Afinal, para que serve a taxa Selic?
Como já mencionado, a taxa Selic é a taxa básica de juros da economia nacional. Ela é a principal ferramenta de política monetária utilizada pelo BC para controle da inflação.
A Inflação consiste na elevação dos preços de produtos e serviços. Ela enfraquece a moeda, que passa a valer menos, e, consequentemente, tem seu poder de compra diminuído.
Dessa forma, com a inflação alta, as coisas ficam mais caras, o que demanda uma maior quantidade de dinheiro para comprá-las.
A Selic vem justamente para equilibrar esse processo, já que todas as taxas de juros do mercado são definidas com base nela.
Assim, quando a Selic sobe, as outras taxas de juros também sobem, fazendo com que todos os produtos que funcionam a base de juros encareçam.
Desse modo, a demanda por esses produtos cai, gerando como resultado uma oferta mais barata.
Portanto, ao utilizar essa estratégia, o Banco Central consegue desaquecer a economia e retirar a pressão sobre a alta de preços.
Motivos da decisão tomada pelo Banco Central
Conforme o BC, a razão da decisão de elevar em 0,5% a taxa básica de juros da economia gira em torno dos impactos sobre a economia global que a guerra na Ucrânia e uma possível recessão nos Estados Unidos podem trazer para o cenário nacional.
Além disso, não podemos deixar de mencionar o grande estrago econômico que a pandemia da Covid-19 causou no mundo como um todo, o que também contribuiu para essa instabilidade.
Vê-se portanto, que a maneira encontrada pelo Bacen de proteger a economia brasileira das consequências dessas situações foi elevar cada vez mais a Selic.
Dessa forma, conforme o G1, a taxa está no maior percentual desde o início de 2017, que também estava em 13,75%. Esse foi o décimo segundo reajuste consecutivo na taxa Selic desde janeiro do ano citado.
E ainda, segundo o próprio Copom, o ciclo de aumento não vai parar por aí, sendo previsto para até o ano de 2023.
Crédito mais caro
Por fim, além de manter os níveis inflacionários sob controle, a taxa Selic mais alta, como dito anteriormente, também encarece os produtos financeiros.
Logo, quem deseja pegar um empréstimo ou fazer um financiamento, por exemplo, pagará um juro maior que o comum.
O grande perigo disso é que, com a desaceleração causada pela queda da demanda, a economia cresce a passos lentos, fato que prejudica diretamente sua recuperação a longo prazo.