Sabe-se que com a pandemia da Covid-19 e a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, a economia não só no Brasil como no mundo sofreu inúmeros tipos de danos.
A Europa, por exemplo, sofreu com a escassez de fontes de energia somada à inflação causadas pela guerra.
Isso fez com que o euro se equiparasse ao dólar em termos de valores no meio do ano passado, o que favoreceu um panorama de desaceleração econômica naquele lado do mundo.
No caso do Brasil, além dos dois fatores já citados ainda tivemos o período das eleições, no qual inúmeras manobras monetárias foram feitas pelo antigo governo como forma de tentar garantir seu mantenimento no poder.
Assim, a previsão é que benefícios sociais como a PEC Kamikaze irão trazer em 2023 o crescimento da inflação, a elevação da SELIC, déficit e uma alta ainda maior do dólar.
Nesse sentido, a seguir, trataremos essas questões com mais detalhes e traremos dados comparativos dos anos anteriores.
baixo crescimento economico
Conforme a previsão de diversos economistas do mercado financeiro, o crescimento econômico nacional, medido com base no PIB, será de cerca de apenas 1,2%.
Dessa forma, pode-se afirmar que o Brasil está indo na contramão do resto do mundo, que está com uma estimativa de 3%.
inflação e taxa selic
Primeiramente vamos explicar o que é a inflação: a inflação se dá pelo aumento dos preços de produtos e serviços, enfraquecendo a moeda, que passa a valer menos, e, consequentemente, tem seu poder de compra diminuído.
Assim, com a inflação alta, as coisas ficam mais caras, o que demanda uma maior quantidade de dinheiro para comprá-las.
Como forma de frear a inflação, o Banco Central aumenta a taxa base da economia – denominada SELIC– para que todas as taxas de juros cresçam junto com ela.
Nesse sentido, todos os produtos que funcionam a base de juros se encarecem, de maneira que a demanda por esses produtos cai, gerando como resultado uma oferta mais barata.
Portanto, ao utilizar essa estratégia, o Banco Central consegue desaquecer a economia e retirar a pressão sobre a alta de preços.
A parte ruim é que os juros mais elevados tornam os investimentos bancários pouco interessantes, fato que restringe a atividade econômica.
Sendo assim, quanto menos investimentos, mais chances da quebra de empresas e menos possibilidades de novos negócios, gerando uma alta em indicadores de desemprego, por exemplo.
Além disso, a alta do dólar ainda se faz presente. Visto isso, outras moedas, incluindo o real, tendem a se desvalorizar, cenário que fortifica a inflação ao redor do globo.
Isso se justifica pelo fato de que o dólar é visto como uma moeda atraente pelos investidores, haja vista que o mesmo é o dinheiro mais forte e estável da atualidade.
o pib
Vamos falar agora sobre um importante indicador da economia não apenas brasileira como mundial: o Produto Interno Bruto (PIB).
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Produto Interno Bruto de um país é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por ele dentro de um ano.
Ele serve de termômetro para comparar o resultado do país ao de outras localidades e com isso ressaltar possíveis problemas estruturais e financeiros.
O PIB do Brasil neste momento corresponde a R$ 2,544 trilhões, somente em torno de 1% maior que o ano anterior medido, 2021.
DESEMPREGO
Relativo ao desemprego, conforme a última medição (12/2022) as taxas estavam em 8,3%, tendendo a aumentar nesse ano, de acordo com o economista-chefe do C6 Bank, Felipe Salles.
Paralelo a isso, as taxas de pessoas abaixo da linha da pobreza bateram o recorde na última medição, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Conforme o órgão, o número de pessoas com renda domiciliar per capita de até R$ 497 mensais atingiu os 62,9 milhões de brasileiros, quase 30% da população nacional.
Mas, se as taxas de desemprego estão tão baixas, por que a população está cada dia mais pobre?
Isso pode ser explicado pelo crescimento da atividade autônoma, que dá a ilusão de que as pessoas estão devidamente empregadas, quando na verdade o índice de subempregos também está nas alturas.
Assim, com o baixo crescimento econômico previsto, o prognóstico é que as consequências serão menor oferta de empregos, consumo das famílias enfraquecido e fuga de investimentos, como dito anteriormente.
Ademais, com a incerteza do mercado financeiro por causa da possível recessão global, investidores tiram seus recursos de países como o nosso, o que impacta diretamente o cenário econômico.
Isso, numa nação em que em média 15% da população passa fome, é um péssimo cenário futuro.