Em dezembro do ano passado a China revogou a política “Covid zero”, após três longos anos de isolamento.
Esta medida colocou o país em uma restrita quarentena a fim de conter um novo pico de coronavírus, o qual levou mais de 300 pessoas a óbito.
Antes da suspenção da política, o mercado tinha perspectivas pessimistas com relação a economia chinesa, prevendo um crescimento de apenas 3%.
Agora, conforme o G1, essa previsão está mais alta, atingindo o percentual de 5,5%, fato que está animando a todos os países que tem relações comerciais com o gigante asiático.
O Brasil é um destes parceiros, que exporta principalmente commodities como soja, minério de ferro, açúcar, derivados de petróleo e carnes para a China.
Nesse sentido, veja a seguir tudo sobre nossa interação mercadológica com os chineses e quais serão os possíveis benefícios que essa reabertura pode trazer ao nosso país.
Relações econômicas entre Brasil e China
Desde a entrada da China na Organização Mundial do Comércio (OMC) em 2001, as relações econômicas entre Brasil e o país asiático ganharam uma nova dimensão.
Para se ter uma noção, em 2009 eles já eram os principais parceiros econômicos do nosso país, ficando a frente até mesmo dos Estados Unidos.
Um passo muito importante pra essa aproximação foi o lançamento do agrupamento Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), além da ampliação de fluxos de investimento direto direcionados para o Brasil.
Os dois países tem uma relação comercial bilateral, que caracteriza-se pela exportação brasileira estar
concentrada em produtos básicos e a importação constituir-se de bens já manufaturados.
Contudo, até alguns anos atrás, o crescimento da China era baseado em investimento em infraestrutura, o que demandava, por exemplo, mais minério de ferro importado do Brasil.
Para corroborar essa informação, conforme um levantamento do IBGE, entre 2001 e 2014, dentre todas as exportações brasileiras para a China, 37,8% eram de minério de ferro.
Esse percentual bateu todas as outras exportações desse período, sendo carnes e vegetais (31,9%), combustíveis (9,8%), madeira (4,5%) e metais (3,8%).
Atualmente, o produto brasileiro mais vendido para os chineses é a soja, com o minério de ferro ficando em segundo lugar.
Segundo o jornal O Globo, ultimamente a China está impulsionando a economia através do consumo interno.
Fato que é compreensível, uma vez que a população atual do país ultrapassa 1,4 bilhões de pessoas, que naturalmente precisam de uma grande quantidade de recursos.
Benefícios da reabertura da china para o Brasil
Como dito anteriormente, a China freou seus gastos com infraestrutura e agora está concentrando seus esforços no abastecimento das bilhões de pessoas que residem no país.
Os acordos bilaterais entre Brasil e China são atrelados à globalização e ao avanço tecnológico.
Essa relação possibilita um estreitamento cultural, social e econômico entre as nações, localizadas em regiões opostas do planeta.
Isso se dá pela via de mão dupla que são as negociações entre os dois países, haja vista que, da mesma forma que o Brasil supre as necessidades básicas da China, os chineses exportam grandes quantidades de eletrônicos para o Brasil, por exemplo.
Assim, alterações na economia interna de algum dos dois – principalmente na China, que é a segunda maior economia do mundo – respingam de forma considerável no parceiro.
Nesse sentido, para o Brasil, a reabertura do mercado Chinês pode trazer grandes benefícios. O mais expressivo é o aumento nas exportações.
Paralelo a isso, também pode contribuir na geração e manutenção de emprego e renda, na evolução e o crescimento do parque industrial e do universo empresarial como um todo.
Ademais, o efeito direto acontece porque as exportações integram a demanda agregada e assim um aumento nas exportações promove um aumento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.