Financiamento, é uma boa opção?

Entenda o que é financiamento, seus cálculos, os principais tipos, e suas vantagens e desvantagens.

Homem mostrando objeto para uma mulher e um alvo atingido bem no meio em cima de um cifrão com uma flecha.

Em primeiro lugar, hoje em dia, comprar um imóvel, automóvel, ou até mesmo fazer o pagamento dos seus estudos se tornou algo mais fácil.

Isto porque existe este tipo de empréstimo chamado financiamento.

Fundo preto com pessoa e ilustração do pensamento de ideias se alinhando.

Em geral, fazemos nossas compras à vista, ou então parcelamos nos cartões de crédito.

No entanto, há momentos em que precisamos de valores que não temos em mãos ou que são maiores que o limite do cartão de crédito.

Então, nestes casos, o que fazer para não deixar de lado seus planos?

Não se preocupe pois é para este tipo de situação que existe a modalidade especial de empréstimo chamada “financiamento”.

Em suma ele é indicado para aquisição de bens duradouros e conta com taxas de juros menores.  

O QUE É FINANCIMENTO?

Em suma, financiamento é um tipo de operação financeira, na qual uma instituição empresta dinheiro ao cliente para aquisição de bens de maior valor.

Estes bens podem ser casas ou automóveis por exemplo.

Contudo, saiba que ao pedir crédito em uma instituição financeira, ela poderá solicitar seu comprovante de renda e consultar o SPC e Serasa.

Por fim, no caso da aprovação do financiamento, o cliente deverá pagar o valor em parcelas que são quase sempre mensais + os juros e as taxas.

COMO SÃO CALCULADAS AS PARCELAS

Pessoa usando laptop e calculadora para fazer cálculos do financiamento.

Em primeiro lugar, este é um ponto em que a maior parte da população brasileira se enrola.

Nesse sentido, a explicação é que na maioria das vezes falta conhecimento sobre o cálculo que define se vale a pena o financiamento ou o aluguel.

Em suma, se puder, dê preferência para amortização SAC, entenda melhor o motivo:

Em primeiro lugar, a instituição pode montar esse cálculo de algumas formas distintas.

As mais habituais são Tabela Price e SAC que são diferentes principalmente pela característica como as parcelas são cobradas.

TABELA PRICE

A Tabela Price lhe oferecerá parcelas fixas com amortização crescente, ou seja, a amortização é muito baixa no começo e crescerá até o final do financiamento.

Assim, o saldo devedor diminui em uma velocidade lenta.

Por exemplo, imagine que pegou emprestado R$ 100 mil para serem pagos em 30 anos, com taxa de juros de 11,2%.

Logo após 15 anos de financiamento, você já terá pago um valor superior a R$ 165 mil.

Além disso, vai estar devendo algo próximo de R$ 83 mil e as parcelas seriam fixas de R$ 926,96.

TABELA SAC

Por outro lado, pela Tabela SAC você terá uma condição na qual as primeiras parcelas são mais caras e vão reduzindo até o final do financiamento.

Então, imagine que você dispõe de uma renda maior já no começo do financiamento e pretende liquidar na metade dele.

Diante disso, esta opção será a melhor, pois o saldo devedor vai estar menor quando comparado à Tabela Price.

Por fim, o valor da amortização é fixa e os juros vão diminuindo ao passar do tempo.

Nas mesmas condições de financiamento que demos exemplo na Tabela Price, temos valores diferentes para a SAC.

Na SAC teríamos pago algo próximo à R$ 170 mil e estaríamos devendo R$ 50 mil, sendo assim um valor bem inferior do que na Price que foi de R$ 83 mil.

TABELA SACTABELA PRICE
1º ParcelaR$ 1.166,37R$ 926,96
180º ParcelaR$ 724,54R$ 926,96
Última parcelaR$ 280,25R$ 926,26
TABELA SACTABELA PRICE
Valor pagoR$ 170.182,21R$ 166.852,14
Saldo devedorR$ 50.000,00R$ 83.095,39
Metade do financiamento
TABELA SACTABELA PRICE
Total pagoR$ 260.391,05R$ 333.704,29
Final do parcelamento

Então, é possível ver que a primeira parcela não é um valor muito maior, se planejar dá para incluí-lo no orçamento.

Para comparação, sempre questione ao banco qual é a taxa total da operação, pois o financiamento poderá incidir IOF e taxa de administração.

AS VANTAGENS

Casal analisando alegremente as condições do financiamento.
  1. Ao financiar um bem, o consumidor não precisa esperar para obtê-lo, assim que aprovada a aquisição, o cliente já pode usufruir do carro ou do imóvel financiado.
  2. Alguns bancos aprovam o financiamento de até 100% do valor, sendo assim, não é necessário possuir dinheiro no momento da compra.

No entanto, dar um sinal possibilita a negociação de uma taxa de juros menor, por isso é interessante um planejamento financeiro prévio.

3. Há também a possibilidade de utilizar o total da renda familiar, pois a proposta de financiamento será aprovada mais facilmente.

Contudo, todos os envolvidos deverão se comprometer a efetuar o pagamento.

4. No financiamento imobiliário, pode-se utilizar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) como entrada do imóvel.

AS DESVANTAGENS

  1. Embora as taxas de juros sejam mais baixas que em outras modalidades de crédito, não deixam de serem expressivas.

Isto é, o valor pago será muito maior do que o preço real do produto ou imóvel.

2. Há o risco da perda do bem, uma vez que a propriedade do mesmo vai se encontrar com a instituição financeira, até que a dívida seja quitada pelo consumidor.

Nesse sentido, em caso de parcelas atrasadas a instituição responsável poderá reaver o bem.

Além disso, a inadimplência pode fazer com que o consumidor tenha o nome inserido nos cadastros do SPC e SERASA.

3. A burocracia para solicitar financiamento é maior, os bancos e as outras organizações financeiras exigem vários documentos, comprovação da finalidade do financiamento e nenhuma restrição no nome do consumidor.

FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO

Existem duas formas de financiamento imobiliário criadas pelo Governo Federal:

  1. Sistema Financeiro de Habitação (SFH): apenas na aquisição do primeiro imóvel, tem que ser residencial, estipulando valor máximo do imóvel a ser financiado.

Dessa forma, o prazo do financiamento é de até 35 anos com taxa de juros de até 12% ao ano, e permite o uso do FGTS.

2. Sistema Financeiro Imobiliário (SFI): pode ser utilizado por qualquer pessoa na aquisição de imóveis residenciais ou comerciais, sem limite de valor. 

O prazo do financiamento é de até 35 anos para residências e de até 10 anos para imóveis comerciais.

A taxa de juros varia de acordo com o banco, podendo ser maior que 12% e o FGTS não pode ser utilizado. 

O financiamento pode ser pago de duas formas, através do Sistema de Amortizações Constantes (SAC), em que as parcelas caem com o tempo.

Ou da forma do Sistema Price, em que o valor pago é fixo, mas a parte referente aos juros diminui ao longo dos meses.

FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS

Mulher feliz mostrando a chave do seu carro novo.
  1. Credito Direto ao Consumidor (CDC): Desse modo, o consumidor faz o empréstimo junto ao banco para realizar a compra.

O veículo fica alienado ao banco até que seja quitado, mas o comprador exerce a posse.

2. Leasing: Nessa forma, quem compra o veículo é uma empresa de leasing ou um banco que trabalha com esse tipo de crédito.

Então, o carro ou a moto é alugado ao consumidor, que só passa a ser o dono quando paga todas as parcelas do financiamento.

FINANCIAMENTO ESTUDANTIL

Antes de mais nada, saiba que o Financiamento Estudantil é exclusivo para cursos de graduação e os modelos variam de acordo com a entidade.

No entanto, na maior parte delas, só é necessário começar a pagar a dívida após a conclusão do curso.

O maior programa é o Fundo de Investimento Estudantil (FIES), criado em 2001 pelo Governo Federal.

Para solicitar, é preciso estar dentro dos requisitos de renda familiar de até três salários mínimos por pessoa, para o FIES.

Agora, para o P-FIES, estar entre três e cinco salários mínimos por pessoa.

Além disso, ter média acima de 450 pontos em qualquer edição do Enem (a partir de 2010) e não ter zerado a redação.

Também existem programas de financiamento privado de bancos e de redes de universidades.

Para isso, podemos citar o Parcelamento Estudantil Privado (PEP) onde o aluno paga uma parte da mensalidade e financia o restante, por exemplo.

E o PraValer que permite que o estudante pague as mensalidades do semestre no prazo de um ano.

Por fim, antes de fazer um financiamento, planeje o seu orçamento familiar para garantir que as parcelas vão caber no seu bolso.