Já pensou baixar o aplicativo “Caixa Tem” para ter acesso ao saque emergencial do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e ser informado que o seu CPF já foi cadastrado?
Infelizmente essa é mais uma das fraudes digitais que os brasileiros estão tendo que enfrentar.
Como tentativa de minimizar os efeitos da pandemia pelo Covid-19, o governo lançou um novo programa de saques emergenciais do FGTS, mas relatos de fraudes no resgate dos R$ 1.045 (mil e quarenta e cinco reais), via aplicativo “Caixa Tem”, está se tornando cada vez mais frequentes.
Segundo fontes ligadas a Caixa Econômica Federal, a perda mensal gira em torno dos R$ 2 milhões (dois milhões de reais), num total de cerca de R$ 6 bilhões (seis bilhões de reais) que são pagos mensalmente.
A Polícia Federal investiga quadrilhas que vendem e compram informações pessoais dos brasileiros para fraudar o aplicativo da Caixa Econômica Federal e roubar o saque emergencial dos trabalhadores.
Com os dados dos beneficiários, os criminosos conseguem acessar as contas pessoais, através do aplicativo oficial.
A Caixa alega que está melhorando os critérios de segurança do aplicativo “Caixa Tem”, e orienta aos clientes que tenham sido vítimas do golpe a procurar uma agência para contestar o saque, portando documento de identificação e CPF.
Em caso de negação do pedido, será possível a solicitação da reanálise do pedido de contestação na agência.
Falhas no sistema de autenticação
O especialista em segurança, Fábio Ramos afirma que o meio para se evitar os golpes é fazendo com que os beneficiários façam o cadastro primeiro que os criminosos:
“E se elas não fizerem, a gente está vendo, em um intervalo de um dia, o criminoso faz o cadastro e chega no dinheiro antes dela”.
E ainda acrescenta:
“Existe uma aposta muito grande de que essas informações pessoais seriam conhecidas só pelas pessoas, só pelo beneficiário, mas, talvez, eles tenham esquecido que os criminosos são superatentos e têm mais informações do que se imagina”.
Através da internet, os criminosos comercializam os dados pessoais dos brasileiros. Ainda de acordo com o especialista, a estimativa é que 600 contas sejam saqueadas por semana.
O que fazer em caso de fraude?
O Procon afirmou que a segurança do aplicativo é de responsabilidade da Caixa e que, por isso, em casos de saque por terceiros, o consumidor deve ser ressarcido.
“Caso o consumidor tenha valores sacados sem a sua autorização, deve reclamar imediatamente junto ao banco. Se este não comprovar que o cliente fez o saque, o consumidor deve ser ressarcido. Se o banco recusar a devolução, o consumidor deve abrir uma reclamação no Procon”, afirma o órgão de defesa do direito do consumidor.
Dicas para que os consumidores evitem fraudes:
A Economista do IDEC Ione Amorim diz que, neste tipo de fraude, a movimentação sem autorização do consumidor configura quebra de sigilo bancário.
“A Caixa deve abrir o processo interno para averiguação e corrigir a falha do sistema e devolver o dinheiro ao consumidor”.
Mas, apesar da instituição ter responsabilidade por estes casos, Amorim orienta que:
“o consumidor precisa ficar atento ao tipo de informação que ele fornece, pois a fragilidade dos dados de contato (telefone, e-mail de terceiros, uso de aplicativo de outra pessoa) contribuem para que as fraudes ocorram e, nesses casos, não é possível atribuir a responsabilidade ao banco”.
O Procon também dá algumas dicas para que os consumidores evitem fraudes:
• não acredite em ofertas de ajuda, auxílio, dinheiro, etc; enviadas pelo whatsApp, redes sociais, e-mails e não clique nesses links;
• não confie e não compartilhe links e informações dos quais não tenha certeza da origem;
• não preencha formulários que não estejam nos sites oficiais;
• baixe aplicativos apenas das lojas oficiais;
• em caso de dúvidas ou dificuldades, procure um familiar ou amigo que possa ajudar;
• utilize antivírus no computador, tablet e smartphone.