Governo pretende impor teto de juros para o cartão de crédito

Governo planeja abaixar os juros do cartão de crédito para até 8% e bancos reagem mal à notícia. Veja mais a seguir.

Governo pretende impor teto de juros para o cartão de crédito

Fernando Haddad, ministro da Fazenda, afirmou que o governo está estudando possíveis formas de baixar os juros do cartão de crédito.

Assim como foi com o empréstimo consignado do INSS, o governo pretende reduzir drasticamente essa taxa, almejando chegar em 8%.

Fernando Haddad, com uma seta indicando taxas altas ao fundo.
O governo federal almeja diminuir a taxa de juros do cartão de crédito. Entretanto, os bancos não ficaram tão satisfeitos com a notícia. Veja a seguir.

Conforme o ministro, os juros do rotativo estão abusivos, ou ainda, nas próprias palavras de Haddad: “Você não consegue explicar no Brasil nem no exterior, uma taxa praticada disso, independentemente de estar alta taxa Selic do Banco Central, o rotativo não está alto, é uma coisa que está estratosférica”.

Todavia, como esperado os bancos não reagiram bem a essa proposta, argumentando que essa baixa remexeria todo o setor, bagunçando o equilíbrio do mercado financeiro.

Homem puxando uma seta apontando para cima, tentando fazer com que ela aponte para baixo.
O rotativo dos cartões de crédito são conhecidos por serem realmente altos. Contudo, os bancos possuem uma justificativa para isso. Confira qual é.

Assim, segundo o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney: “O modelo de tabelamento, de teto, em cartão é o menos aconselhável possível, pois gera distorções. Temos de encontrar mecanismos que ataquem as causas. “

Mas afinal, por que os juros do cartão de crédito são tão altos? O que os bancos alegam contra a proposta do governo? Saiba a seguir.

Por que os juros do cartão de crédito são tão altos?

A resposta é multifatorial, mas o principal ponto é bastante problemático e, infelizmente muito comum no Brasil: a inadimplência.

De acordo com o último levantamento da Sarasa, 42,96% de toda a nossa população está inadimplente. Isso quer dizer que, aproximadamente, a cada 10 brasileiros 4 estão com o nome sujo.

Cartões de crédito com setas vermelhas apontando para cima.
As operações de crédito são as mais comuns do Brasil. Entretanto, como esperado, também são os maiores casos de inadimplência.

Justamente por causa desse percentual tão alto, os bancos se resguardam aumentando os juros, como uma maneira de se prevenir do não-pagamento.

Assim, por causa das incertezas, os bancos fazem uma análise rigorosa do histórico financeiro da pessoa e, quando liberam crédito a ela, taxam severamente em caso de atrasos.

Homem preocupado com uma série de cartões em mãos.
Justamente por causa da inadimplência que os bancos costumam elevar tanto o teto de juros do cartão de crédito, o que se transforma numa bola de neve.

Isso num país onde 40% das despesas das famílias é custeada pelo cartão de crédito pode ser desastroso, ao passo que estas tendem a ficar cada vez mais endividadas.

Em outras palavras vira tudo uma grande bola de neve. Os bancos aumentam os juros, quem deve não tem condições de pagar e a inadimplência só cresce a cada dia.

Argumentos dos bancos

Todavia, de acordo com a Febraban, apenas 5% dos usuários de cartão de crédito pagam juros.

Além disso, segundo a instituição, o mercado de cartão de crédito rende R$ 2 trilhões por ano, o que é parte significativa do nosso Produto Interno Bruto (PIB).

Gráfico financeiro.
Reduzir os juros do cartão de crédito é bom, certo? Confira a seguir quais são as possíveis consequências de uma redução brusca.

Assim, pode-se afirmar que os bancos são contra a redução brusca, por que pode deformar o mercado e causar graves consequências econômicas, por se tratar de um setor tão importante.

Por fim, podemos concluir então que alterar variáveis tão complexas simplesmente na “canetada” não inclui a quantidade de reveses que essa decisão pode trazer.

Dicas de como se livrar dos juros do cartão de crédito

Está enrolado em faturas de cartão de crédito? Nós aqui da Fimaster temos 8 dicas para você se livrar das dívidas!

  1. Sempre saiba o quanto você deve no total;
  2. Evite ao máximo parcelar faturas;
  3. Não jogue seus débitos para os meses seguintes;
  4. Evite efetuar o pagamento mínimo;
  5. Planeje seus gastos antes de de fato passar o cartão;
  6. Se possível, troque a dívida por uma mais barata;
  7. Negocie a dívida;
  8. Em caso de inadimplência, use ferramentas como o Feirão Serasa.