Homem sentado em frente a uma mesa, com a mão no queixo, pensativo sobre as taxas de juros. Em cima da mesa uma pilha de livros e em cima um cofre vermelho em forma de porquinho. Um laptop do outro lado da mesa.

Saiba como funcionam as taxas de juros e quais são os principais tipos

Taxas de juros: saiba o que é, como elas funcionam, quais os tipos existentes e quais as fórmulas utilizadas para o seu cálculo.

Você sabe o que são taxas de juros? Preparamos um artigo completo com tudo o que você precisa saber dessa tão temida palavra, que para alguns não é tão ruim assim.

As taxas de juros são, de forma bastante simplificada, o custo de um empréstimo, ou custo de capital.

Taxas de juros: saiba como calcular taxa de juros, tipos de taxas de juros, taxa de juros empréstimo e taxa de juros cartão de crédito.
Taxas de juros: saiba como calcular taxa de juros, tipos de taxas de juros, taxa de juros empréstimo e taxa de juros cartão de crédito. | Foto: Freepik.

Esta taxa, ou este custo, é alterado de acordo com algumas variáveis: a pessoa que está concedendo o crédito, a pessoa que irá tomar o crédito, os motivos pelos quais o crédito está sendo tomado, o prazo daquele empréstimo, entre outros muitos fatores.

Existem também duas formas de se calcular os valores dos juros: a forma simples e a composta.

Esse artigo está bem completo para que você entenda sobre as taxas de juros e como ela funciona na prática.

“Mais vale um pássaro na mão do que dois voando”, já dizia o ditado popular. Mas você já parou para se perguntar o porquê dessa disparidade de valores?

O que faz com que o pássaro na mão valha mais do que os que estão voando, sendo que teoricamente eles todos são idênticos? A resposta é simples e lidamos com ela todos os dias: os juros.

Eles estão presentes no nosso dia a dia, desde o preço do café que tomamos, as passagens nos transportes públicos, a gasolina, e até nas grandes transações internacionais e intercontinentais.

As taxas de juros interferem direta e indiretamente em nosso poder de compra, e entendê-las profundamente pode ser um diferencial entre a liberdade e a dependência financeira.

O que é a taxa de juros?

Os juros interferem diretamente no valor do dinheiro com o tempo, eles funcionam como um
aluguel que se paga para pegar dinheiro emprestado (ou que se recebe para emprestar dinheiro).

Sendo assim, bancos e outras instituições financeiras fazem o intermédio entre a pessoa ou
instituição que tem o dinheiro e a que precisa dessa quantia.

Para resumir, é uma relação entre poupador, investidor, tomador e devedor. Como resultado dessa troca entre um e outro, surgem os juros.

Emprestar dinheiro para uma empresa, por exemplo, pode ter taxas de juros diferentes dependendo do objetivo daquele empréstimo: se é para investimento e geração de novas fontes de receita, ou se é para o pagamento de dívidas que não foram honradas.

A mesma lógica se aplica aos cartões de crédito: o cliente é um bom pagador? Existe um bom fluxo financeiro em sua conta? Os clientes em situação de vida semelhante têm honrado seus compromissos financeiros?

Tudo isso interfere nos custos e até mesmo nas negociações das dívidas.

Quais os tipos de taxa de juros?

Mão segurando um lápis de colorir vermelho fazendo cálculos em uma calculadora cinza.

Bem, existem basicamente duas formas de se calcular os valores dos juros: a forma simples e a composta.

Os juros simples são parcelas fixas, calculadas com base no valor principal, e que incidirão em todos os períodos.

Por exemplo, uma fatura de cartão de crédito que está em 1.000 reais, a 10% de juros ao mês na forma de capitalização simples, em todos os meses haverá uma incidência de 100 reais de juros.

Neste caso, o VALOR é fixo. Já na forma composta, os juros incidem sobre o valor do último período, ou seja, a PORCENTAGEM é fixa.

No exemplo da fatura de cartão de crédito, no primeiro mês os juros incidirão sobre os 1.000 reais. Já no segundo mês, incidiram sobre 1.100, no terceiro, sobre 1.210 e assim sucessivamente.

Ao final do décimo mês, a diferença estaria em quase 600 reais a mais na forma composta. É o chamado juros sobre juros.

Para os juros simples, nós falamos em taxas proporcionais. Isto é, 12% ao ano é a mesma coisa que falar em 1% ao mês.

A fórmula é: taxa/(prazo que eu tenho/prazo que eu quero). Já para os juros compostos, falamos em taxas equivalentes, e utilizamos a fórmula: (1+taxa) elevado a (prazo que eu quero/prazo que eu tenho).  

Como a taxa de juros funciona?

Os juros são utilizados para atualizar periodicamente um valor predeterminado.

Para isso, são necessárias algumas informações, como o montante, que é o valor ao qual serão incididos os juros; a taxa de juros, que é o valor percentual que incidirá sobre o montante; o prazo, que é o número de incidências que ocorrerão sobre o montante; e o modelo de capitalização, que determina de que forma os juros serão calculados e incididos sobre o valor principal.

Toda essa estrutura determina o quanto você irá receber (ou pagar) em uma data futura, tendo emprestado (ou tomado emprestado) um valor a uma determinada taxa de juros e um determinado modelo de capitalização. A fórmula para calcular os juros é a seguinte:

Juros simples:  Valor Futuro = Valor presente + (juros x prazo).

Tomando como exemplo um valor presente de 100 reais, a uma taxa de juros de 6% ao mês, por 11 meses, temos que no final do sexto mês, o valor futuro será de:

VF = 100 + (6 x 11) = 166.

Juros compostos: Valor Futuro = Valor presente x (1 + taxa de juros) elevado ao prazo.

Voltando ao exemplo do cartão, ao final do décimo segundo mês, o valor a ser pago seria de:

VF = 100 x (1 + 0,06) elevado a 11 = 189,83.

A taxa de juros não é simplesmente um valor qualquer, escolhido arbitrariamente por algumas pessoas.

Ela reflete um grau de risco, e remunera este risco por meio da incidência sobre o montante principal.

É por isso que as taxas de cartões de crédito são tão altas: por conta do grande percentual de inadimplentes no Brasil (e pela pouca concorrência dos grandes bancos), as taxas de juros para cartão de crédito podem chegar próximas aos 14% ao mês.

É por isso que, nos financiamentos, é utilizada a métrica do score, que mede a capacidade que uma pessoa tem de honrar as suas dívidas.

Em um espectro mais macro, os créditos concedidos às empresas e aos Governos também seguem esta mesma lógica: quanto mais seguro, menor tende ser a taxa.

Os juros compostos são a oitava maravilha do mundo. Quem entende, ganha, e quem não entende, paga
Albert Einstein
Albert Einstein com as mãos entrelaçadas, olhando para o lado, pensativo sobre as taxas de juros.

Isto porque essa modalidade de capitalização serve tanto para o mal, como no caso das pessoas que se enrolam em dívidas atualizadas por juros compostos (o caso dos cartões e cheque especial), quanto para o bem, como no caso de pessoas que investem seu dinheiro a taxas de juros compostos, fazendo com que os rendimentos mensais aumentem de forma exponencial.

Por fim, esta é a melhor fórmula para a criação de patrimônio.

Por isso, o primeiro passo para não ser uma vítima, mas sim um senhor dos juros compostos, é se livrar das dívidas atualizadas de forma composta, principalmente as com maiores taxas de juros.