Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no último trimestre fechado – entre dezembro de 2022 e fevereiro desse ano – a taxa de desemprego subiu de 8,1% para 8,6%, em comparação ao trimestre imediatamente anterior.
Esse aumento de 0,5% pode não parecer grande coisa, mas em números absolutos, significa que entorno de 500 mil brasileiros perderam suas ocupações.
Nesse sentido, o desemprego tem diversas justificativas como crise econômica, aumento da taxa básica da economia e elevação das taxas de informalidade.
Assim sendo, a seguir falaremos um pouco mais sobre como cada um desses fatores afeta a sua maneira as taxas de desocupação no Brasil.
Crise econômica e aumento da Selic
É de conhecimento geral que a pandemia da Covid-19 e a atual situação entre Rússia e Ucrânia afetaram drasticamente a economia mundial.
Com o Brasil não foi diferente. O desemprego disparou na quarentena e a crise energética na Europa em decorrência da guerra na Ucrânia também afetou nosso mercado.
Em resposta a tanto estresse econômico, a inflação nacional cresceu e alcançou níveis não vistos a décadas, obrigando o Banco Central a elevar a Selic, nossa taxa básica de juros, para 13,75%
Com os juros e a inflação alta, os preços aumentaram e o poder de compra dos brasileiros caiu. No caso das empresas, para frear os prejuízos, cortes de custos aconteceram, incluindo as demissões.
Todavia, vale salientar que também existem outros fatores para esse aumento nos desligamentos, como a característica dos primeiros meses do ano, nos quais ocorrem muitas dispensas de trabalhadores temporários.
Desocupação e a informalidade
É verdade dizer que o nível de desocupação é o menor desde 2015, que atingiu 7,5% nos últimos meses daquele ano. Contudo, grande parte disso é graças ao crescimento dos subempregos.
Em 2021, quando a recuperação dos empregos estava começando a acontecer, muito disso foi puxado pela informalidade, ao passo que os postos de trabalho formais cresceram 2,3% e os informais 8,9%.
Esse dado nos mostra que, por mais que o desemprego esteja em patamares menores, a fragilidade dessas ocupações é bastante preocupante.
Nesse sentido, uma pesquisa feita pelo G1 atestou números significativos de pessoas que não possuem carteira assinada.
Conforme o site, 38,2 milhões de brasileiros são autônomos e 13 milhões trabalham sem vínculo empregatício formal.
Se pegarmos as 98,1 milhões de pessoas que estão ocupadas, apenas 36,8 milhões delas possuem carteira assinada, enquanto 51,2 milhões estão em algum tipo de informalidade.
O grande problema disso é a falta de segurança dos empregos informais, ao passo que não garantem nenhum tipo de direito ao trabalhador.
Quando pensamos em carteira assinada, logo vem a mente o Fundo de Garantia (FGTS), seguro desemprego, 13º salário, férias remuneradas, etc.
Nos trabalhos informais não existem nenhum desses benefícios, fato que coloca em risco a qualidade de vida e a dignidade humana.
Além disso, os subempregos elevam taxas bastante alarmantes como aumento dos índices de pobreza, de violência e de vulnerabilidade social da população.