Empréstimo consignado INSS: devo contratar com os novos juros?

No mês passado o governo federal reduziu os juros do consignado de 2,14% para 1,97%. Será que é o momento de pegar? Veja a seguir!

Empréstimo consignado INSS: devo contratar com os novos juros?

No mês passado o governo federal anunciou a diminuição dos juros do consignado de 2,14% para 1,97%.

Após a polêmica da suspensão dessa modalidade por parte dos bancos, existiu uma reunião entre a Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) e os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil) e Carlos Lupi (Previdência) para discussão dessa taxa final.

Idoso com dúvidas, num fundo amarelo.
Agora que os juros do consignado do INSS estão menores, eu devo pedir um crédito? Veja a seguir as vantagens e desvantagens!

Assim, com a redução dos juros o mercado espera que o número de tomadores aumente e a modalidade volte ao normal.

Contudo, com a taxa definida, a dúvida dos aposentados e pensionistas do INSS agora é: será que vale a pena pegar um empréstimo consignado nesse momento? Veja a seguir.

Vantagens de pegar o empréstimo

As vantagens giram entorno da óbvia redução nos juros. Quem já estava querendo pegar um empréstimo consignado com a taxa anterior, certamente estará mais inclinado a contraí-lo agora.

Além disso, pessoas que tem alguma dívida a juros maiores pode pegar esse tipo de crédito do INSS e fazer uma “troca”, quitando a anterior de forma mais barata.

idosos felizes com a redução dos juros do consignado do INSS.
Quais são as vantagens de contrair o consignado do INSS depois da redução de juros? Saiba mais.

Ademais, o empréstimo consignado do INSS tem mais benefícios que as modalidades convencionais, que são:

  • Facilidade de contratação;
  • Liberação rápida do dinheiro;
  • Prazos mais longos;
  • É possível pegar mesmo com o nome negativado;
  • Renegociação da dívida;
  • Menores taxas do mercado.

Convém salientar ainda que, para efeito de comparação, quando falamos do empréstimo pessoal dos bancos mais tradicionais do país (Santander, Itaú, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil), a taxa de juros média é de 7,7%, quase o quadruplo do consignado do INSS.

Desvantagens de pegar o empréstimo

Relativo às desvantagens de pegar o empréstimo consignado do INSS, o endividamento do beneficiário e o comprometimento do benefício são as mais notáveis.

Normalmente, esses créditos tem prazos de até 84 meses (7 anos). Se formos fazer as contas, se alguém pega R$ 10 mil emprestado a 1,97% a.m (ao mês), o valor final a se pagar será de R$ 16.548,00.

Idoso cabisbaixo, sentado na cama, preocupado com dívidas.
Por mais que a redução dos juros chame a atenção, pegar o crédito consignado ainda deve ser uma decisão calculada e necessária, para que não hajam problemas financeiros futuros.

Ou seja, somente de juros são R$ 6.548,00, mais da metade do valor contraído. Claro, é possível amortizar parcelas futuras, mas, se não for viável, esse valor terá de ser pago.

Ademais, como as parcelas são debitadas automaticamente e direto no benefício, a renda do aposentado e da família sofre um impacto negativo.

Casal de idosos preocupados com dívidas de empréstimo.
Caso o aposentado pegue um empréstimo consignado, parte do seu benefício fica comprometido, o que pode acarretar em baixas perigosas na renda familiar.

Nesse sentido, é prudente sempre se questionar se realmente esse dinheiro é necessário, se existe alguma urgência de saúde, na família, na alimentação ou taxa de juros de uma outra dívida está muito mais alta.

Caso a resposta for positiva, pode ser o momento de pegar o empréstimo, mas caso não, melhor ver outras possibilidades.

impactos econômicos

Anteriormente, a redução era ainda maior, com a proposta de 1,7%. Contudo, como já mencionado, os bancos suspenderam a modalidade, alegando a inviabilidade do serviço.

Ao chegar num consenso, o percentual de 1,97% foi fixado, porém, conforme a FEBRABAN, a taxa ainda é muito baixa para que compense a prestação do serviço.

Dessa forma, de acordo com a instituição, o risco de uma diminuição na oferta do crédito consignado do INSS por parte dos bancos é grande, haja vista que a taxa não cobriria os riscos da operação.

Casal de idosos pegando um empréstimo com um agente financeiro.
Mas afinal. qual é a opinião dos bancos sobre essa redução? Como esse novo percentual pode influenciar na concessão do serviço por parte das instituições? Veja a seguir.

Isso acabaria empurrando os aposentados e pensionistas a procurarem outras modalidades de crédito com juros muito maiores.

Ademais, uma parcela dos tomadores ainda ficaria sem essa possibilidade, uma vez que a maior parte dos empréstimos convencionais não aceita pessoas com o nome sujo.

Como contraponto, alguns economistas defendem que o teto de juros não está abaixo do necessário. Os mesmos afirmam que a maior demanda pelo crédito, exatamente causada por essa baixa, cobriria os custos.

Outra possível consequência seria a geração de uma bolha financeira, na medida que existe a possibilidade futura de as pessoas não conseguirem quitar a dívida a longo prazo.

Casal de idosos contraindo outros tipos de empréstimo que não o consignado do INSS.
O perigo da inadimplência nesses casos existe, ao passo que o pensionista não consegue lidar com a dívida a longo prazo e recorre a outras modalidades para sobreviver.

Dessa maneira, esses indivíduos ficam inadimplentes e deixam de consumir por que estão presos nas dívidas.

A recomendação portanto é tomar o crédito de forma responsável, com um planejamento financeiro e quitar a dívida o mais breve possível.

Quanto a questões governamentais, os especialistas afirmam que pautar o crescimento econômico somente na oferta de créditos também não é bom, justamente pela bolha financeira citada acima.

Todavia, o mercado de empréstimos é extremamente importante, tanto para a máquina pública, quanto para os cidadãos e o sistema bancário.

Assim, se o Estado tiver um bom plano financeiro interligado ao mercado de crédito, o país terá um crescimento econômico saudável.