A Petrobras anunciou essa semana mais uma baixa no valor do diesel, que vem barateando desde fevereiro. No total, o preço do combustível já caiu 14%.
O diesel sempre foi um elemento fundamental na economia brasileira, haja vista que a maior parte dos transportes de mercadorias e afins é feito por meio de caminhões.
Não obstante, os aparelhos agrícolas também utilizam essa fonte de energia para funcionarem, o que é essencial para a produção de matérias primas primordiais, como a soja.
Logo, ao baratear o custo nas distribuidoras a produção e consumo tendem a crescer, visto que o frete fica menor e pode até mesmo refletir nos preços dos produtos.
Como podemos perceber, muito do desenvolvimento do Brasil depende do diesel. Visto isso, confira a seguir algumas informações sobre esse combustível e como essa queda interfere na nossa economia.
O DIESEL E A ECONOMIA
O óleo diesel é um produto do petróleo, extraído por meio do refino da substância. Assim como a gasolina, o diesel é um combustível, porém é mais comum em grandes veículos, como as carretas e os tratores.
O petróleo é uma commodity, que são produtos básicos globais não industrializados, ou seja, matérias-primas com preços determinados por oferta e demanda internacional.
Nesse sentido, o petróleo tem seu custo com base no dólar, que é a moeda mais estável do mundo, utilizada para todas as transações dessa natureza.
Assim, não só as oscilações no preço do barril de petróleo mas também a cotação do dólar mexem no valor do diesel.
Todavia, a definição do preço final depende de diversos fatores, tais como tributações estaduais e federais, custos adicionais com o biodiesel e margem da distribuição do diesel e dos postos.
Ademais, ainda existem outras variáveis econômicas que impactam nesse valor como a inflação, a oferta e demanda entre outros.
Atualmente, estima-se que 65% de toda a carga do país se movimenta a partir da malha rodoviária, através de veículos justamente a diesel.
Além disso, o combustível também é usado na indústria, para alimentar geradores elétricos, caldeias, máquinas, etc.
Dessa forma, qualquer alteração no preço desse produto reflete em diversos setores da economia, inclusive no bolso do consumidor final.
Biodiesel
Juntamente com a notícia da queda de preços, o diesel terá uma alteração em sua composição a partir do mês de abril.
Conforme o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o percentual de biodiesel no diesel passará a ser de 12%.
Essa elevação corresponde a 2% a mais que a fração atual, que é de 10%. A justificativa é além da redução dos preços a promoção de um impacto menor para o meio ambiente.
Mas afinal, o que é o biodiesel? O biodiesel é um substituto natural do diesel, que pode vir de fontes como óleos vegetais e gorduras animais.
Em outras palavras, é um tipo de combustível que vem de fontes renováveis, biodegradáveis e sustentáveis.
A fabricação de biodiesel ocorre dentro de um reator químico, por meio de uma mistura entre a gordura ou óleo escolhido, um álcool e uma base. Soda cáustica, por exemplo.
Como produtos finais, sai obviamente o biodiesel e, como subproduto a glicerina, que pode ser muito útil para diversos tipos de processos industriais.
Conforme o Paulo Jubilut, professor bacharel em biologia, é importante que o país invista nesse tipo de fonte energética, não somente pela questão ambiental, mas também pelo lado econômico, haja vista que o petróleo está cada vez mais caro e escasso.
Entretanto, há quem seja contra essa adição, sob o argumento de que o excesso de biodiesel pode ter diversas complicações, tais como:
- Risco de diminuição das reservas florestais;
- Redução na durabilidade dos equipamentos;
- Aumento dos preços das matérias primas que participam da composição do biodiesel.