Você sabe o que são taxas de juros? Preparamos um artigo completo com tudo o que você precisa saber dessa tão temida palavra, que para alguns não é tão ruim assim.
As taxas de juros são, de forma bastante simplificada, o custo de um empréstimo, ou custo de capital.
Esta taxa, ou este custo, é alterado de acordo com algumas variáveis: a pessoa que está concedendo o crédito, a pessoa que irá tomar o crédito, os motivos pelos quais o crédito está sendo tomado, o prazo daquele empréstimo, entre outros muitos fatores.
Existem também duas formas de se calcular os valores dos juros: a forma simples e a composta.
Esse artigo está bem completo para que você entenda sobre as taxas de juros e como ela funciona na prática.
“Mais vale um pássaro na mão do que dois voando”, já dizia o ditado popular. Mas você já parou para se perguntar o porquê dessa disparidade de valores?
O que faz com que o pássaro na mão valha mais do que os que estão voando, sendo que teoricamente eles todos são idênticos? A resposta é simples e lidamos com ela todos os dias: os juros.
Eles estão presentes no nosso dia a dia, desde o preço do café que tomamos, as passagens nos transportes públicos, a gasolina, e até nas grandes transações internacionais e intercontinentais.
As taxas de juros interferem direta e indiretamente em nosso poder de compra, e entendê-las profundamente pode ser um diferencial entre a liberdade e a dependência financeira.
O que é a taxa de juros?
Os juros interferem diretamente no valor do dinheiro com o tempo, eles funcionam como um
aluguel que se paga para pegar dinheiro emprestado (ou que se recebe para emprestar dinheiro).
Sendo assim, bancos e outras instituições financeiras fazem o intermédio entre a pessoa ou
instituição que tem o dinheiro e a que precisa dessa quantia.
Para resumir, é uma relação entre poupador, investidor, tomador e devedor. Como resultado dessa troca entre um e outro, surgem os juros.
Emprestar dinheiro para uma empresa, por exemplo, pode ter taxas de juros diferentes dependendo do objetivo daquele empréstimo: se é para investimento e geração de novas fontes de receita, ou se é para o pagamento de dívidas que não foram honradas.
A mesma lógica se aplica aos cartões de crédito: o cliente é um bom pagador? Existe um bom fluxo financeiro em sua conta? Os clientes em situação de vida semelhante têm honrado seus compromissos financeiros?
Tudo isso interfere nos custos e até mesmo nas negociações das dívidas.
Quais os tipos de taxa de juros?
Bem, existem basicamente duas formas de se calcular os valores dos juros: a forma simples e a composta.
Os juros simples são parcelas fixas, calculadas com base no valor principal, e que incidirão em todos os períodos.
Por exemplo, uma fatura de cartão de crédito que está em 1.000 reais, a 10% de juros ao mês na forma de capitalização simples, em todos os meses haverá uma incidência de 100 reais de juros.
Neste caso, o VALOR é fixo. Já na forma composta, os juros incidem sobre o valor do último período, ou seja, a PORCENTAGEM é fixa.
No exemplo da fatura de cartão de crédito, no primeiro mês os juros incidirão sobre os 1.000 reais. Já no segundo mês, incidiram sobre 1.100, no terceiro, sobre 1.210 e assim sucessivamente.
Ao final do décimo mês, a diferença estaria em quase 600 reais a mais na forma composta. É o chamado juros sobre juros.
Para os juros simples, nós falamos em taxas proporcionais. Isto é, 12% ao ano é a mesma coisa que falar em 1% ao mês.
A fórmula é: taxa/(prazo que eu tenho/prazo que eu quero). Já para os juros compostos, falamos em taxas equivalentes, e utilizamos a fórmula: (1+taxa) elevado a (prazo que eu quero/prazo que eu tenho).
Como a taxa de juros funciona?
Os juros são utilizados para atualizar periodicamente um valor predeterminado.
Para isso, são necessárias algumas informações, como o montante, que é o valor ao qual serão incididos os juros; a taxa de juros, que é o valor percentual que incidirá sobre o montante; o prazo, que é o número de incidências que ocorrerão sobre o montante; e o modelo de capitalização, que determina de que forma os juros serão calculados e incididos sobre o valor principal.
Toda essa estrutura determina o quanto você irá receber (ou pagar) em uma data futura, tendo emprestado (ou tomado emprestado) um valor a uma determinada taxa de juros e um determinado modelo de capitalização. A fórmula para calcular os juros é a seguinte:
Juros simples: Valor Futuro = Valor presente + (juros x prazo).
Tomando como exemplo um valor presente de 100 reais, a uma taxa de juros de 6% ao mês, por 11 meses, temos que no final do sexto mês, o valor futuro será de:
VF = 100 + (6 x 11) = 166.
Juros compostos: Valor Futuro = Valor presente x (1 + taxa de juros) elevado ao prazo.
Voltando ao exemplo do cartão, ao final do décimo segundo mês, o valor a ser pago seria de:
VF = 100 x (1 + 0,06) elevado a 11 = 189,83.
A taxa de juros não é simplesmente um valor qualquer, escolhido arbitrariamente por algumas pessoas.
Ela reflete um grau de risco, e remunera este risco por meio da incidência sobre o montante principal.
É por isso que as taxas de cartões de crédito são tão altas: por conta do grande percentual de inadimplentes no Brasil (e pela pouca concorrência dos grandes bancos), as taxas de juros para cartão de crédito podem chegar próximas aos 14% ao mês.
É por isso que, nos financiamentos, é utilizada a métrica do score, que mede a capacidade que uma pessoa tem de honrar as suas dívidas.
Em um espectro mais macro, os créditos concedidos às empresas e aos Governos também seguem esta mesma lógica: quanto mais seguro, menor tende ser a taxa.
Isto porque essa modalidade de capitalização serve tanto para o mal, como no caso das pessoas que se enrolam em dívidas atualizadas por juros compostos (o caso dos cartões e cheque especial), quanto para o bem, como no caso de pessoas que investem seu dinheiro a taxas de juros compostos, fazendo com que os rendimentos mensais aumentem de forma exponencial.
Por fim, esta é a melhor fórmula para a criação de patrimônio.
Por isso, o primeiro passo para não ser uma vítima, mas sim um senhor dos juros compostos, é se livrar das dívidas atualizadas de forma composta, principalmente as com maiores taxas de juros.